Confissões de uma mente comum... A bússula.

Você em uma sala imensa, mantendo uma certa distancia das paredes, que de certa forma, parecem que nos querem prender. Nos assustam suas alturas...

As vezes, uma música que tens que ouvir para espantar certos fantasmas que te buscam, querendo que chores, querendo que sejas, nada mais nada menos que fantasmas como eles...

Um livro que te faça abrir os olhos e desperte o olhar interno, para que não durmas na vida que levas...

Uma palavra de alguém que não podes ver, mas que o sentes, e que mesmo distante te possa dizer alguma coisa, por mínima que seja, por mais imbecil que seja...

Enquanto estava a compor estas linhas, estava tentando não me entregar a uma certa tristeza. Uma tristeza tão minha que não tenho coragem de dividi-la com ninguém. E quando me sinto assim, eu escuto uma musica de minha predileção. Algo que me sinta melhor... Busco em minha lista de musicas que sempre carrego comigo para onde quer que vou... Na verdade, estas são as músicas que simplesmente é tão batida e tão conhecida que até mesmo as paredes desta casa que me prende já as conhece de cor.

Durante muito tempo, eu busco fazer com que o meu exterior esteja tão igual a meu interior, de maneira que as pessoas que me cercam, até mesmo aquelas que virtualmente, eletronicamente falando, vejam o melhor que eu posso tirar de cada situação. Sou e gosto de ser assim, afinal de contas se eu não consigo controlar meus impulsos, quem os fará por mim?

Estava pensando ontem mesmo, quando estava no ônibus, lotado, como geralmente temos na região metropolitana de Curitiba, que eu preciso de comprar uma bússola. Na verdade, eu nem sei por que eu pensei isso, mas acredito que preciso de uma para me localizar geograficamente aonde estou. Eu não sei se você, tem a mesma impressão, mas as vezes eu não sei para onde o veículo está me levando. As vezes parece apenas que ele está me levando. Apenas me levando. Mas, para onde ou para quê está a me levar?

Nestes momentos, eu sinto que preciso estar sentado em algum lugar, sem falar com ninguém, sem nada ver ou ouvir, senão minha própria respiração, ou quem sabe apenas o som de minha voz!

Por algumas vezes eu penso encontrar todas as respostas para todas as dores do mundo e em outro momento penso que todas as dores do mundo estão dentro de mim e eu não consigo analgésicos para aliviar minha mente. Daí eu sei que uma lágrima que seja, esteja eu aonde estiver me cai bem...

Estou olhando para me interior agora e percebo que me afastei de mim. Até pouco tempo atrás eu estava certo de que o gosto mais gostoso de uma fruta era de um morango bem maduro. Mas, agora penso que talvez a manga seja bem melhor. Mas não pode ser qualquer manga. Tem que ser aquela colhida direto no pé e saboreado debaixo da mangueira, no sitio de meu interior.

Certamente essas são linhas novas de uma mente que apenas está se descobrindo sem saber ainda aonde se encontra.

Amanhã, mesmo estando com nuvens turvas, vou tentar olhar além da barreira visual e enxergar um outro patamar de cores, sabores e quem sabe cheiros ainda desconhecidos.

Eu acredito que minha fortaleza vem exatamente quando eu começo a perceber que preciso colocar para fora todas as dores, todos os medos, todos os traumas. Mas, quando é que isso pode vir a tona? Exatamente... Quando as lágrimas me visitam. Nem sempre uma visita doce, mas necessárias.

Volto a ficar com as paredes... Procurando escuridão mais escura do que esta que a noite de hoje se faz. Se eu fechar meus olhos, certamente a escuridão será menos forte. Ou não!

Preciso comprar uma bússola. Mas, não apenas uma bússola, e sim, também uma agenda nova, para saber que dia é hoje e tentar programar o dia de amanhã (sempre anoto meus compromissos, mas esqueço de consultar e passo batido na maior parte dos compromissos anteriormente assumidos) será que consigo? Será que eu sou normal, ou isso faz parte da insanidade contidiana de muitos que nos cercam e tem medo de suas expressões?

As vezes o medo de sentir medo nos faz pequenos perante as novas aventuras que estão bem a nossa frente.

Edmilson Soares de Oliveira em Colombo-PR, 29 de Janeiro de 2011.