Um pouco de mim e um tanto de nós. Inicio.

Faz uns dias que venho com a mente fervilhando, querendo falar de coisas que acontecem em determinadas famílias. É que tem certas coisas que não dá pra ficar apenas vendo. E como sou de falar abertamente sem medo de me expor... 

Depois de tanto pensar, pensar e pensar resolvi trazer em quatro domingos (talvez mais, talvez menos) algumas situações, não tão engraçadas assim, e que merecem um pouco mais de consideração. Principalmente da parte daqueles e aquelas que lhe apontam o dedo sem lhe conhecer. Ao mesmo tempo que me exponho, e exponho minha esposa, estou desabafando. E este é meu jeito... 

Talvez minha esposa não venha a gostar, mas espero que a mesma pelo menos me entenda. Nem sempre consigo ficar com algo me sufocando. Acredito que ninguém gosta. E o que é mais chato, é ver pessoas (familiares) tentarem se passar por santos e santas, quando na verdade são verdadeiros infernos. Sabe aquela do CAPETA EM FAMÍLIA?

Acredito que em todos as famílias existem aquelas e aqueles que são apontados como a "ovelha negra". Quem sabe eu seja um destes, só que ainda não tenha percebido ou não queira reconhecer, talvez. Quem sabe minha esposa igualmente seja, sem que tenha atentado para isso. Sei lá! Tantas coisas que passam em minha mente enquanto estou escrevendo, meio que rascunhando, estas linhas.

Também não pensem alguns que estou vindo à público dizer que sou santo. Muito pelo contrário. Pelo que tenho me conhecido até então, sou um dos caras mais chatos que já se viu, principalmente em minha cidadezinha, de pouco mais de 40 mil habitantes. 

Quero e vou tratar hoje sobre um passado não muito glorioso e de como conheci minha atual esposa.

Já passei por alguns relacionamentos, (vários não posso negar), mas conviver mesmo, morar, dividir uma casa, aconteceram três vezes. Sendo esta em definitivo a quarta. Morei 12 anos com a mãe de minha filha. Separando-me desta 2006. Em 2007 passei dez meses com uma outra em Mandaguaçu-PR, cidade que morei assim que resolvi sair de Pernambuco em busca de emprego e vida nova. E no ano de 2009 passei algum tempo (dez meses também) com uma guria, acredito que dois anos depois de ter-me separado da de Mandaguaçu-PR. Hoje posso afirmar que não suporto, de maneira nenhuma que me sufoquem, e não pretendo, nem que a vaga tussa (se tossir perto de mim eu corro rsrsrs) passar por isso novamente. No entanto, vejam que coisa, saí de um relacionamento complicado, e aqui em minha cidade, encontrei uma outra pessoa mil vezes mais complicada ainda que a anterior. Parece até perseguição (rsrsrs). Obsessiva, possessiva, etc... Até meus amigos queriam distância desta ultima. Esse namoro, se é que posso chamar assim, se deu quando vim passar uns dias em minha terra natal, que duraram menos de um mês, em março de 2011. Minha filha completara 15 anos. Fiquei neste período instalado em cada de uma pessoa que considero como irmã, de tanta afinidade que temos.

Retorno para Curitiba. Poucos dias depois. No mês de Abril retorno mais uma vez, destinado à passar um pouco mais de um mês. Aluguel uma casinha num bairro conhecido por um mês, que era o período em que ficaria por aqui. Com o período de novas chuvas e em função de uma segunda enchente preocupante na cidade, (depois daquela enchente de 2010, que quase devorou a cidade inteira, a de 2011 foi menor, mais o medo das pessoas...) e sem poder voltar para a casa que tinha alugado fiquei em casa desta pessoa, já que namorávamos, quatro dias e quatro noites. No entanto ela espalhou para todos que estávamos casados. Eu nem sabia. Quando soube, logo, tratei de pegar minhas coisas, já que estava desabrigado em função desta enchente, e fiquei o tempo preciso em casa de um amigo (hoje não fala mais comigo em função de umas besteiras de um meninão infantil). Logo que as águas baixaram, e tudo voltou à normalidade, busquei o máximo de distância desta loucura toda. 

Sem seguida volto para Curitiba-PR, até porque, passei apenas um mês por aqui, acabei este namoro e meio que saí correndo, louco, querendo minha liberdade. Tem pessoas que não tem sequer o senso da razão e outros que perdem o pouco que tem. Estava disposto à dar baixa em meu trabalho como consultor de vendas de consórcio numa empresa renomada. E fazer outros planos, além de resolver coisas pendentes. Falei para mim mesmo que iria viver meu lado solteirão da melhor forma possível. Curtir a vida. Afinal, com meus 33 anos, nada mais justo. E disse que tudo o que queria era ficar, namorar, sem compromisso. Já em Curitiba-PR não suportei mais estar distante de minha filha, de minha terra, de minha gente. Estava humanamente sufocado à km de distância. Sabe aqueles desejos que não te fazem de forma alguma ficar em um local, e correr para seu aconchego de todo jeito? Não deu. Não dava mesmo. Passei ainda o mês de Abril em Curtiba-PR, com saudade de minha terrinha e rapidamente fiz planos de voltar novamente para Barreiros-PE. Minha cidade amada. E assim, em poucos instantes, estava de volta. Mais ainda não era a definição.

Já na segunda volta de Curitiba, conheci minha atual esposa. Esta, por sua vez, estava saindo de um relacionamento de mais de 12 anos, complicadíssimo. Traições, desconfianças, xingamentos, ignorâncias, e um verdadeiro rosário de coisas que só ela mesma para falar e ser entendida. As vezes quem está de fora, não consegue ver o que vai na alma de um ser humano, e acha que todos são homens e mulheres de bem, sem conhecer quem de fato são os donos ou donas dos sorrisos amarelos. Depois de alguns anos de traições e por descobrir que seu ex tinha engravidado uma outra (além de demais outras traições e humilhações que a mesma passou) terminou por finalizar um namoro, que muitos até diziam ser já casamento. Haja vista o tempo que passaram juntos.  

Em determinado dia, (e aqui entram as redes sociais em nossas vidas) ela que estava à procura de um amigo no orkut, termina por encontrar o meu perfil por engano, pensando que era o dele. Me enviou convite. Aceitei. Quando ela percebeu que eu não era o tal amigo, quase que me deleta de sua lista de contatos. Hoje não estaríamos juntos. Das conversas no orkut passamos à trocas mensagens em nossos celulares. Nos encontramos e pela primeira vez em toda minha vida me senti de fato "preso" à alguém. Como se tivesse que percorrer os lugares mais distantes para encontrá-la bem pertinho. Nos apaixonamos. Eu precisava voltar para Curitiba, uma vez que tinha algumas pendencias financeiras naquela cidade. Estava saindo de uma empresa de consórcios, entregando e tentando fechar negócios com outras duas, para trazer e atuar em minha cidade na cidade. Era um sonho prestes a se realizar, o fato de trabalhar para mim mesmo com algo que gosto, vendas. E assim, no mês de maio, volto mais uma vez para Curitiba-PR. Mas já estávamos apaixonados. Na minha mente, tudo o que mais brilhava, se é que posso falar assim, era aquela menina/mulher que de um jeito gostosamente estranho, me pegou e me fez mudar todos os rumos possíveis de minha história pessoal. Sinceramente, nunca, em toda minha vida, pensei em tratar uma pessoa com tanto carinho, respeito e devotar-lhe tanta atenção tão naturalmente. E isso, sinceramente, é bom demais de se viver.

Passamos a nos contactar pelo facebook, msn, orkut, sempre que podíamos e por nossas trocas de mensagens em nossos celulares. Lembro de que pedi a ela 30 dias para meu retorno em definitivo. Passaram-se mais de 40 dias. Hoje, brincamos um com o outro de que vivemos o período de quarentena. No dia 31 de agosto de 2011, finalmente, pego o ultimo avião com destino à Recife, disposto à não mais voltar e pisar meus pés em definitivo, em minha cidade.

De volta à minha terrinha, iniciamos um dos mais conturbados namoros que já pude viver. Não foi nada fácil. No entanto, cada dia a mais, fui descobrindo essa mulher que poucos conhecem. Fui me integrando à sua realidade e vendo-a presa à uma vida que não mais era sua. Fomos nos libertando, nos conhecendo, nos amando. E cada vez que encontrávamos alguns percalços, mais e mais nos apercebíamos iguais.

Em determinado dia, já depois de tantas perseguições, numa atitude que nunca pensei em tomar na minha vida, dei uma cartada final: ou você vem morar, a partir de hoje comigo, e vamos viver nossas vidas, ou você sai por esta porta e vive os conceitos antiguados dos seus, e não mais nos olhemos. 

Já sabem qual o caminho que ela e eu tomamos, não é, uma vez que estou contando nestas linhas parte de nossas vidas. E graças à Deus, com nossos trancos e barrancos, estamos vivendo uma vida à dois, cheia de descobertas, alegrias, lágrimas, explosões (sim, somos um casal que explodimos também), etc... Na certeza de que somos um o pilar do outro. E esta meus amigos, é uma liberdade que tenho aprendido à cultivar dia a dia. Mas fato de estar trazendo estas linhas acima, como uma confissão, é mais para desabafar. Sim, isso mesmo. Desabafar. É que em meio à tudo isso, nossa felicidade também depende de alguns fatores externos, apesar de tentar ao máximo não nos permitir  envolver emocionalmente de maneira à vivermos nossa família. Eu e ela. Ela e eu. 
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Faz algum tempo que o escritor e palestrante espírita Alamar Regis publicou um livro intitulado: FAMILIA UMA PRAGA NA VIDA DA GENTE. Preste atenção na sinopse deste livro, e perceba o que tratarei na próxima semana aqui, como uma forma de desabafo e confissão em continuidade à este assunto.


Todo parente, de qualquer grau, deveria ser, necessariamente, amigo um do outro, não é verdade?
Sabemos que muitas pessoas têm parentes maravilhosos, verdadeiros amigos que apoiam, ajudam, incentivam, estão sempre ao lado, principalmente nas horas em que mais precisamos.
Mas também tem cada parente que é uma praga em nossa vida, mesmo. Criaturas que chegam a infernizar a gente, se metendo onde não é chamado.
Mãe, por exemplo, é uma coisa maravilhosa, não é? E quando a mãe é chantagista, vê maldade em tudo e sempre acha que ninguém presta, que vê todo namorado da filha sempre como vagabundo?
Sabe daquele parente que só se lembra que a gente existe quando precisa de alguma coisa? Falamos dele aqui.
Tem também aquele que é a expressão máxima do falso moralismo e da hipocrisia. Além de se meter, patrulha a sua vida, questiona com quem você está namorando, vive a dar opiniões sobre os seus relacionamentos, sem ser chamado e ainda tem a cara de pau de querer dar ?lições? de moral. Pode?
Há o parente que quer manipular a sua vida, ou seja, você tem que viver conforme os valores dele: pontos de vista, religião, visão "moral"... Enfim, faz de você um seu fantoche.
Tem aquele que é rico, metido a besta; tem o pobre que quer viver metido a rico e até o parente que dá golpe em outros parentes para se apoderar de heranças, seguros etc.
Enfim. Embora o livro não queira generalizar, posto que o autor jamais comprometeria a sua inteligência em fazer generalizações, ele mostra realidades incontestáveis.
Com certeza muita gente vai dizer: Este livro retrata fielmente o universo de parentes que eu tenho.

Tenhamos todos uma ótima semana pela frente. Até o próximo domingo!