Enquanto isso numa pequena cidade do interior...

Como blogueiro encontramos algumas situações um pouco inusitadas que as vezes temos que mudar um pouco a versão, alertando, do mesmo jeito, mesmo que dando à ser entendido por crônicas. O importante mesmo é mostrar o que sabemos, para que alguns elefantes entendam que não estamos sozinhos. Essa crônica de interior, baseado numa conversa de final de semana é interessante. Espero que consiga me fazer entender.


Um grupo de "amigos abonados",  de certa cidade, reúne-se num final de semana próximo e a discussão principal é como dar cabo à vida de um carinha de sua cidade e alguns amigos dele.

Depois de umas e outras rola-se a seguinte conversa num lugar próximo, sem perceberem que estão sendo filmados neste instante por pessoas que trabalham para eles e com eles, mas que não aceitam suas terríveis e covardes atitudes. Confiram parte do que foi retirado, usando de poucas linhas, para apenas apontarmos a situação, sem que tenhamos que mexer na ferida ainda. Afinal, para tudo existe um tempo determinado. Conforme reza ditado antigo. 

"Tempo de falar e tempo de calar."

Da conversa entre os amigos.

- Queria dar uma pisa nele pra ele aprender.

- Dar pisa não, melhor mesmo é acabar com a vida dele de uma vez, afinal de contas, ele não é de família importante e ninguém vai se preocupar com ele. É só um negrinho metido à besta!

- Outro tempo mandei dois caras pra frente da casa dele, só pra fazer medo mesmo. Mas o desgraçado ficou dentro de casa o tempo todo. Não colocou os pés pra fora de casa. Não queria matar, não, apenas fazer medo mesmo. Ele agora inventou de querer se meter comigo. Enquanto estava só contigo, tudo bem, mas comigo não. Eu sou o dono do P... mais antigo daqui. Meu pai é o responsável pelo P.I. Apesar de nunca ter criado, apenas falado, mais é uma pessoa conhecida. E eu também. Sou o P... da C... daqui... e não vou aceitar que ele venha querer vasculhar minha vida. Vou terminar o meu mandato quer ele queira ou não.

- Fulano disse que tem uns caras aí que é só pagar qualquer micharia que acabam com a vida dele.

- Não conseguisse nada não, pra tirar a mulher dele daquela e..? Dá um jeito cara. Dá teus pulos. Precisamos ver esse cara na lama.

- Estou tentando, mas não posso. A mulher dele já está efetivada no E... e não posso mexer com nada. Até a pessoa que eu poderia pagar pra isso, está suspenso e pode não mais continuar por aqui.

- O que foi que houve com ele?

- Algumas denuncias, aí... Até processo ele teve. Estão resolvendo a situação dele. Talvez nem volte. Eu queria ver se conseguia mudar ela para aquela E, na saída.. Assim, ele vai buscar ela, e fica fácil Por alí é bastante esquisito mesmo. E se for a noite melhor ainda. Ele não tem carro. Aquele fulano que trabalha pra meu irmão, que não ta mais na P... vai com uns caras e acaba com ele por ali sem ninguém ver...

- Tu não, não confio mais em tu mais não. Até o P... contra ele voltou contra tu. O povo está vendo é ele ganhar confiança e a gente ficando pra baixo...

- Outro dia eu mandei os caras ficar de olho no cara do som. Mas perceberam a movimentação. Dai tiveram que sair.

- Outro dia eu mandei o cara "carbonar" a vida dele. Ele e o outro estavam falando que o D. do H. era da mesma fé... Não podemos aceitar isso.

- E agora, o que fazer pra calar a boca destes dois? 

- Eles são pobres e nem assim conseguimos fazer nada?

- Um dia. Um dia a gente consegue. Ele tá muito "gavola". Um dia a casa dele cai.

- O pior é que o nosso cara maior não está mais por aqui, foi se afogar nos ingás, e ficamos à mercê destas que tem medo de fazer o que ele fazia.

- Com aquele outro carinha foi fácil mexer. Os familiares dele trabalha onde estou... Mas esse aí, não tem como. Não encontro ninguém ligado à ele para mandar embora. 

- O outro estou mexendo na comida dos bichinhos para vê se consigo fechar seu lugar de sustento, mas tá difícil. Ele foi falar com quem entende e agora o pessoal já sabe que foi só com ele que pedimos os documentos...

- Vamos fazer o quê, então? O cara trabalha com funções que não podemos mexer. Não tem familiares dele perto da gente, pra gente mexer. Não posso mexer como pensava com a mulher dele. Até as mensagens que eu envio pra eles para seus celulares, com aquelas sacanagens, eles não estão mais dando bola.

Depois de muito discutirem, eles resolvem ir embora, cansados, pensando ainda na forma de resolver como dar cabo à vida do carinha, que não lhe está ao alcance. Prometeram ainda pensar e repensar, desde que ele não consiga mobilizar um povo, uma nação contra a ditadura feita à ferro e fogo.

No entanto, os tempos mudam e as pessoas vão pouco a pouco despertando e estão em busca de mudanças reais para suas vidas, não aceitando mais viverem por trás dos bastidores. O povo está abrindo seus olhos para seus reais poderes, e o carinha, que não tem pretensão nenhuma, politicamente falando, está vendo cada vez mais e mais pessoas falando, gritando, alertando, levantando-se, mostrando e querendo seus direitos, por uma cidade, um estado, um país melhor.