Sobre ideologias e amizades, e o que a vida me ensina.

Daqui a pouquinho estarei completando mais um ano de vida. Estou na casa dos 30, muito bem vividos por sinal, diga-se de passagem, e nestes trinta e poucos anos (acrescentando umas casas à mais da música do Fabio Jr) posso dizer que já vi muitas coisas boas, vivi outras nem tão boas assim. Gozei de algumas coisas  e deixei de gozar outras. Senti o lado bom da amizade e outros lados nem tão bons de alguns seres humanos. No entanto, apesar de tudo posso dizer que estou aprendendo.

Aprendendo sempre!

No texto de hoje, diferente dos demais domingos estou um pouco reflexivo. E pra falar a verdade estou gostando pacas de minhas ideias nas linhas de hoje. Sim, porque este blog, no mesmo tempo que passo algumas informações necessárias e as vezes um tanto polêmicas, também me serve como terapia. Gosto de escrever, tanto quanto gosto de ler. E quando meto a cara num livro descubro boas ideias de quem escreveu determinados livros, como ainda me inspiro nas ideias que me seguem, como um certo lenitivo no dia a dia. E quando me ponho à escrever, colocando minhas ideias à mostra, me sinto um tanto realizado. E qual o blogueiro que não sente isso?

Durante tantas linhas escritas por mim já pude ver as mais diversas manifestações. Desde pessoas me dizendo; " É isso mesmo!", "muito bem!", "continue assim", como também encontrei aqueles que leem o que trago online, e não comentam, e quando me encontram na rua apertam-me, ou olham-me, ora com aprovação, ora com total reprovação. E quaisquer uma das reações, me são bem vindas. Sinal de que alguém, em algum momento, leu algo que já fiz. E para qualquer pessoa, de qualquer forma, quando se sabe que mexeu com alguém ou com alguma coisa, todos nós, não existe esse, recebe de imediato aquele sentimento gostoso e repete pra sí ou comenta com alguém: cara, isso é legal!

Mas tem realidades estranhas quando você se propõe à opinar sobre isso ou aquilo. E ter uma visão diferenciada, não conformando-se com o que é, pode te levar à ter amigos em diversos lugares, quanto também inimigos.

Mas se lhes posso confessar uma coisa tenho apenas que dizer que se existem sentimentos contrários ao que escrevo é sinal de que consegui mexer de alguma forma com os brios deste ou daquele e que se os mesmos se incomodam é sinal de que estão fazendo algo errado. 

Não que eu seja santo, nem coisa nenhuma. Aliás, devo dizer que como espírita, sendo levado à conhecer o seu intimo, e sendo levado à lutar essa tal de reforma íntima, posso dizer que sou mais pecador, do que qualquer outro ser humano. Tenho minhas falhas, que não são poucas.

Mas, não era bem sobre isso que vim falar aqui. Meu texto teria um outro sentido, Uma outra métrica. Se é que posso falar assim.

Quando comecei a escrever de fato seja em meu blog ou nas principais redes sociais, lembro que alguns amigos, com ideias fortemente ideológicas, me rodeavam. Muitos tinham as ideias certas para uma cidade. Outros falavam que era preciso uma nova ordem para que as coisas de fato acontecesse. Confesso que nas diversas reuniões, quando sentava com os amigos para discutir sobre vida social, política, religião, eu me sentia perdido em meio à tantas mentes. E parecia que eu era de fato diferente, por mais que estivesse dentro daquele grupo ideológico. Se tinham muitas coisas que eu compartilhava, em outros momentos eu me obrigava à acompanhar os meninos, por ver neles humanos racionais.

Com o maravilhoso mundo da internet, no começo do novo milênio, eu conclamava aos meninos para que suas ideias tornassem-se públicas. Falava da ideia de um blog coletivo. Tudo isso por acreditar que os tais amigos fossem de fato tudo aquilo que eles diziam ser. Mas cara, sinceramente, como é que não pude enxergar o óbvio? Os tais idealistas eram na verdade pessoas formadas por ideologias monetárias. E essa foi a maior e pior decepção de minha vida, em se falando de amizade.

Em determinado instante, levei aqueles meninos para as redes sociais, mostrando cada qual. Durante um certo tempo eles até que incomodaram alguns "poderosos". E eu no embalo com eles. Certo dia, tivemos uma ideia bastante interessante. Fazer uma historinha para tirar onda com a cara de certo político. Juntos, os quatro, fizemos uma postagem e tanto. Tipo, aquela. Todos viram, todos riram. Postei em meu blog. Só que daí aconteceu o primeiro embate para mostrar quem era quem e quem estava ou não de fato à atuar em nome de uma cidade melhor, mesmo que para isso o peso da ideologia fosse mais forte que os comentários ruins.

Poucos meses depois recebo uma notificação em minha casa de que estava sendo processado. Aqueles que já me acompanham sabem do que estou falando, não precisando repetir. Levei a informação para os amigos. Amigos? Bom, já sabem o que pode ter acontecido, né? No entanto, aqueles que idealizaram a tal postagem sumiram, como ratos covardes. Ficando apenas um dentre eles. Apenas um. Que ainda hoje com a maior honra de minha vida frequenta minha casa. E por este tenho um sentimento de respeito. Tendo-lhe como irmão. Os demais... Bom... Já sabem, né!?

Determinado politico tinham nos procurado para que atuássemos em sua campanha. Os meninos estavam empenhados, desde que recebessem certas e altas quantias para estarem ao lado da mudança. Como esta não foi minha opção... Já sabem o que tais amigos fizeram, né? Exatamente! Abandonaram o barco antes mesmo de entrar na água.

Só que em algumas pessoas vemos mais do que o mero sentimento de viver. Encontrei um amigo, um irmão que disse, que estaria no barco comigo, mesmo que este afundá-se.

Atuamos em redes sociais, em nossas casas. Encontramos amigos e bastante olheiros inimigos. Aparecemos. Desaparecemos em meio à multidão. Em suma. Apesar do pouco tempo, fizemos história. E incomodamos tanto alguns investidores políticos que até diziam que eu usava o perfil dele e ele o meu, em postagens nas redes sociais. Coisa até engraçada.

Hoje, olhando para trás, vendo que dos 12 apenas, 02 sobraram eu volto à contar aquelas letras do Cazuza.

"Meus heróis morreram de overdose. Meus inimigos, estão no poder. Ideologia, eu quero uma pra viver!"

Estou à caminho de mais uma casa em meus trinta e poucos anos. Ainda tenho muito o que aprender, o que ver, o que deixar de ver. Muitos que já estão à minha frente dirão que isso é apenas um pequeno passo. Outros dirão que tudo isso é nada. É baboseira. Mas para quem passa por determinadas situações pode de fato comprovar, conforme cita uma música (nunca chamei musicas evangélicas de hino e nem nunca vou chamar, tá) do Armando Filho em que ele diz que: "a experiência é pessoal, por isso vou vivê-la intensamente".

É mais do que óbvio que quando olho para trás posso dizer que tudo o que vi, vivi e aprendi, serviu e ainda está servindo para enriquecimento de minhas ideias fortalecendo minhas experiências.

Quero dizer aos covardes que apenas lhes agradeço. Ao inimigos, o meu muito obrigado, afinal de contas, não fossem vocês, com seus erros crassos, com suas pontadas imbecis online, como eu iria aprender tudo o que tenho aprendido?

Hoje, com  o olhar voltado para meu presente, revisando meu passado já sei bem quais passos darei para meu futuro.

Tenhamos todos uma ótima vida na certeza de novas experiências à cada novo amanhecer!