Marina e Eduardo terão tempo reduzido em TV segundo portal R7

A falta de apoio de outros partidos fará com que candidatura fique "escondida" na propaganda.
A surpreendente aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, anunciada no último sábado (5), corre o risco de não render muitos frutos por conta daquele que vem sendo o elemento central nas disputas eleitorais: o tempo de TV.

Se considerarmos as três principais pré-candidaturas que já estão postas, a do governador de Pernambuco, ladeado pela ex-senadora, teria um espaço quase insignificante na propaganda eleitoral.
O prazo para que deputados trocasse de partido se encerrou no último sábado e, com o tamanho das bancadas redefinidos, já é possível calcular o tempo que cada coligação terá para apresentar seus programas.
A presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição, ficará com ampla maioria do espaço destinado ao horário eleitoral, cerca de 12 minutos e 30 segundos.
A coligação do PSDB, que deve lançar o senador Aécio Neves como candidato, recebeu o apoio do recém-criado Solidariedade, que formou uma bancada de 19 deputados. Com esse reforço, o tucano terá cerca de 3 minutos e 30 segundos de tempo de TV.
Já a coligação de Campos e Marina deve contar somente com o tempo oriundo da bancada do PSB, já que a Rede Sustentabilidade não está formalmente constituída e por isso não agrega mais espaço no palanque eletrônico.
Os 22 deputados socialistas, que podem receber o acréscimo do único parlamentar do PEN — que ofereceu legenda para Marina — darão a Campos 46 segundos.
Metodologia
A conta do R7 considera apenas o tempo que cada bancada agrega às candidaturas. Cálculos feitos com base na legislação eleitoral mostram que cada deputado soma dois segundos de tempo de TV.
Pela lei, dois terços do tempo de TV a que cada candidato tem direito são distribuídos com base no tamanho das bancadas dos partidos que integram as coligações da disputa. A fatia de tempo que falta é dividida igualmente entre todos os candidatos.
Como ainda não é possível saber quantos candidatos à presidência estarão concorrendo, o R7 deixou esses 8 minutos e 20 segundos de fora da soma do tempo de cada candidatura.
Como exemplo, a oposição, onde se situam Aécio e Campos, conta hoje com 134 deputados, o que lhes daria 5 minutos e 39 segundos a ser divididos.
Ao passo que a presidente Dilma, ancorada pelos 377 deputados dos partidos que integram sua base de apoio, passaria dos 12 minutos de exposição.
Os partidos nanicos, que não devem lançar candidatos, têm cerca de um minuto para negociar com os principais candidatos.